A Grande Aposta

Entre 2006 e 2007, um grupo de investidores ousados desafiou as convenções do mercado de hipotecas dos Estados Unidos, revelando a corrupção e o erro profundamente enraizados nesse setor. Nesta narrativa envolvente, três histórias interconectadas giram em torno da crise hipotecária de 2005, oferecendo uma visão penetrante sobre um colapso iminente que poucos podiam prever.

Michael Burry, um ex-médico excêntrico que se tornou gerente do fundo de hedge Scion Capital, troca o vestido corporativo tradicional por bermudas, pés descalços e um corte de cabelo simples. Sua intuição singular o leva a concluir que o mercado imobiliário americano está baseado em uma bolha prestes a estourar. Com liberdade quase total dentro da empresa, Burry decide fazer apostas contra o mercado imobiliário e se depara com um sistema financeiro que está ansioso para aceitar sua aposta, acreditando que ele é apenas um lunático. Essa confiança dos bancos em sua própria sabedoria os cega para o que está verdadeiramente em jogo.

Enquanto isso, Jared Vennett, um investidor da Deutsche Bank, descobre a estratégia de Burry e vê uma oportunidade de lucrar também. A situação se intensifica quando uma ligação acidental relança essa informação nas mãos de Mark Baum, um idealista que se cansa da corrupção institucionalizada no setor financeiro. Baum, junto com seus parceiros que atuam sob a supervisão da Morgan Stanley, decide unir forças com Vennett, mesmo sem confiar totalmente nele. Munidos da convicção de Burry, acreditam que a maioria dos empréstimos hipotecários foram inflacionados pelas agências de classificação de risco, que agrupam as hipotecas problemáticas em pacotes de AAA, criando uma fachada enganosa para os investidores.

Simultaneamente, Charlie Geller e Jamie Shipley, dois aspirantes a investidores de uma pequena startup chamada Brownfield, conseguem acesso ao prospecto de Vennett. Sem o poder financeiro necessário para entrar na grande jogada, eles recorrem a Ben Rickert, um banqueiro de investimento aposentado, em busca de ajuda. Os três grupos partem da suposição de que os bancos são ingênuos e despreparados, e que, para que conseguirem obter lucro, a economia geral precisa falhar, o que significa que os investidores comuns, que confiam nos bancos, sofrerão como consequência.

No entanto, essa falta de consideração pelas repercussões de suas ações pode vir a cobrar um preço alto, especialmente para Baum, que enfrenta dilemas morais. As suposições sobre a ignorância dos bancos podem revelar-se muito mais manipulativas do que imaginaram, colocando em risco não apenas suas apostas, mas também a integridade de todo o sistema econômico.