Quando terminar de salvar o mundo

Evelyn (Julianne Moore) é uma mulher de coração generoso, cuja vida é dedicada a ajudar aqueles que enfrentam dificuldades. Trabalhando em uma ONG local, ela se desdobra para oferecer apoio emocional e prático a pessoas em situação de vulnerabilidade, desde famílias em crise até jovens sem-teto. Evelyn acredita firmemente que seu propósito é ser uma força positiva no mundo, mas essa devoção inabalável a causa alheia acaba custando seu relacionamento com seu filho Ziggy (Finn Wolfhard).

Ziggy é um adolescente que sonha em se tornar uma estrela da internet, mergulhado em um universo virtual que lhe oferece validação e reconhecimento. Com um talento nato para criar conteúdos cativantes, ele mantém sua audiência entretida, mas, na ânsia de conquistar likes e seguidores, ignora as questões sociais e emocionais que cercam sua mãe. Para Ziggy, a realidade muitas vezes se distorce sob a luz das telas e filtros digitais, e ele se sente distante não apenas da vida fora da internet, mas, principalmente, de Evelyn, cuja luta pela justiça social parece estranha e distante de sua própria realidade.

À medida que a história avança, a tensão entre mãe e filho cresce. Evelyn se vê lutando para encontrar maneiras de se conectar com Ziggy, usando recursos que vão desde conversas sinceras até tentativas de participar do mundo digital do filho. Ela percebe que seus valores foram moldados por suas experiências e sacrifícios, enquanto Ziggy vive uma realidade promovida por algoritmos e tendências. Essa batalha entre a conexão emocional e a superficialidade do mundo online se torna o tema central do filme.

Enquanto Evelyn tenta resgatar a relação com Ziggy, questões mais profundas sobre a desconexão entre gerações e os desafios da parentalidade contemporânea são trazidas à tona. A crítica social é acentuada ao retratar um mundo onde as conquistas são medidas pela visibilidade online, ignorando as lutas silenciosas que ocorrem na vida real. Com um olhar sensível, o filme nos convida a refletir sobre o que realmente significa se conectar em um mundo cada vez mais digital e como o amor pode resistir à distância emocional, mesmo quando a juventude parece olhar apenas para a tela do smartphone.