Nascido na Síria

Este documentário íntimo acompanha um grupo de crianças refugiadas sírias que, após uma fuga angustiante de sua terra natal, tentam reconstruir suas vidas em um país estrangeiro. À medida que a narrativa se desenrola, somos apresentados a meninos e meninas que deixaram para trás seus lares em meio a bombardeios e conflitos, trazendo consigo apenas lembranças de um passado feliz que agora parece distante.

As crianças, representando diferentes regiões da Síria, compartilham suas histórias com uma sinceridade tocante. Cada um deles traz sua bagagem emocional, repleta de traumas e esperanças. Entre eles, encontramos a pequena Layla, uma artista em potencial que sonha em retomar a vida normal ao lado de seus amigos; Omar, que se tornando um líder natural entre seus pares, se esforça para cuidar de seus irmãos mais novos; e Fatima, que luta para se lembrar das aulas de matemática enquanto tenta se adaptar a um novo sistema escolar.

O documentário não apenas foca nas dificuldades enfrentadas durante a adaptação a uma nova cultura, mas também destaca o poder da amizade e a resiliência inesperada das crianças. Elas anestesiam suas dores através do jogo, do riso e da arte, explorando novos mundos e construindo laços que transcendem fronteiras. Os desafios educacionais, o preconceito e a busca por identidade se entrelaçam enquanto os protagonistas navegarem em um novo ambiente, revelando como a infância pode ser tanto um período de descoberta quanto de luta.

Os temas do abandono e da esperança se ressaltam ao longo da jornada, mostrando como essas crianças buscam não apenas a sobrevivência, mas também a aceitação e a chance de sonhar novamente. Flashbacks de suas vidas anteriores nos conectam emocionalmente aos personagens, lembrando-nos do que foi perdido.

O documentário revela a luta não apenas para encontrar um novo lar, mas também para pertencer a um mundo que, por vezes, parece indiferente às suas lutas. O olhar profundo sobre a vida dessas crianças ilumina a urgência da empatia em tempos de crise, convidando o espectador a refletir sobre o que significa ser verdadeiramente livre e encontrar a paz. Esta história fascinante e comovente nos toca, lembrando-nos que, apesar das cicatrizes que carregam, ainda existe esperança na reconstrução de vidas e no reencontro com a alegria.