Amor

Georges e Anne são um casal de professores de música aposentados, vivendo plenos em seus oitenta anos. Com uma vida repleta de harmonia e conhecimento, eles desfrutam da serenidade que a velhice pode trazer. No entanto, sua tranquilidade é abruptamente interrompida quando Anne sofre um derrame durante o café da manhã. Esse acontecimento trágico transforma suas vidas de maneiras inimagináveis.

A partir desse momento, assistimos à angustiante e rápida decadência física e mental de Anne, enquanto Georges se vê na posição de cuidador, lutando para honrar o desejo dela de permanecer em casa. A relação amorosa que sempre os uniu agora enfrenta desafios que testam não apenas a sua resistência, mas também a profundidade de seu amor. Estabelece-se um retrato íntimo e comovente da luta deles, enquanto Georges busca preservar a dignidade de Anne e a qualidade de vida que sempre sonharam ter na terceira idade.

Com o passar dos dias, a deterioração de Anne se acentua, e a doçura de suas memórias conjuntas contrasta com o horror da sua nova realidade. Além disso, a filha do casal, uma talentosa musicista que vive na Grã-Bretanha com sua própria família, começa a se interpor na dinâmica familiar. A presença dela traz novas tensões, à medida que as decisões sobre o cuidado e a saúde de Anne se tornam um campo de batalha emocional, revelando diferenças sobre o que significa amar e cuidar.

Enquanto Georges enfrenta sua própria batalha interna contra a fadiga e a dor do futuro incerto, ele se vê obrigado a tomar decisões difíceis que afetarão não apenas Anne, mas a constelação familiar que eles formaram ao longo dos anos. O filme apresenta um retrato honesto e sensível das dificuldades do envelhecimento, da luta pelo respeito e da indissolubilidade do amor, mesmo quando as circunstâncias parecem querer despedaçá-lo.

A história não apenas toca nas complexidades da vida à medida que se avança em idade, mas também reflete sobre as reverberações emocionais que isso provoca nas relações familiares. É uma jornada que nos leva a questionar até onde iríamos por amor, ao mesmo tempo que nos confronta com a fragilidade da vida e a resistência do espírito humano.