Central do Brasil

Uma emocionante jornada que se desdobra nas vibrantes ruas do Rio de Janeiro, narrando a história de Dora, uma idosa rabugenta que despreza seus clientes e os trata com desdém. Dora trabalha em uma estação central da cidade, dedicando seus dias a escrever cartas para aqueles que não conseguem ler. Seu trabalho é um reflexo de sua personalidade complexa: por fora, dura e insensível, mas por dentro, carrega feridas profundas que moldaram sua visão de mundo.

Neste cenário, surge Josué, um garoto de apenas nove anos que carrega o peso da ausência de seu pai, um homem que ele nunca conheceu. Após a morte trágica de sua mãe em um acidente de carro, Josué se encontra perdido e desolado. Para ele, a única conexão com seu pai é através das cartas que sua mãe escrevia e enviava, esperando um dia que ele respondesse. Com a morte dela, um vazio se forma, e o desejo de encontrar o pai se torna a única luz em sua vida sombria.

Dora, relutante no início, acaba se envolvendo na vida do menino. Ela decide, contra sua vontade, levar Josué em uma jornada pela cidade em busca de seu pai. À medida que avançam, vemos a transformação gradual de Dora. Os encontros e as experiências que compartilham ao longo do caminho servem como um espelho para suas próprias inseguranças e arrependimentos. Sua relação com Josué começa a romper as barreiras que ela mesma havia erguido, revelando sua vulnerabilidade.

A viagem não é apenas física, mas emocional. Ao explorarem as belezas e os desafios do Rio, eles encontram não só o que procuram, mas também a amizade, a esperança e o perdão. A história explora temas como a solidão, o amor maternal e a busca por identidade. Cada carta escrita por Dora carrega uma carga emocional, refletindo suas próprias lutas enquanto tenta ajudar Josué a lidar com a perda e a incerteza.

Através dessa jornada tocante, Dora e Josué ensinam um ao outro sobre a importância de se abrir para novas experiências e se permitir sentir, mostrando que é possível encontrar uma nova família nas situações mais inesperadas. A busca pelo pai se torna uma metáfora para a busca por pertencimento e amor, culminando em uma história que, ao mesmo tempo, é cheia de dor e de beleza.