A Última Palavra

Carlton Pearson, interpretado por Chiwetel Ejiofor, é uma estrela no mundo pentecostal em A DOMINGO. Carismático e sincero, o Bispo Pearson é um ministro afro-americano que conseguiu unir com sucesso fiéis brancos e negros na Higher Dimensions Church, sua grande e próspera igreja localizada em Tulsa. Em 1998, sua congregação, como outras “mega-igrejas”, possui uma presença significativa na televisão e segue uma seleta base de admiradores, funcionando como um negócio meticulosamente gerenciado por um dos membros mais leais da comunidade, interpretado por Jason Segel.

A vida de Pearson muda drástica e irrevogavelmente após ele assistir a imagens de arquivo do massacre em Ruanda. Impactado pela tragédia, ele acredita ouvir a voz de Deus. A doutrina pentecostal estabelece claramente que apenas aqueles que voluntariamente se entregam a Jesus Cristo terão um lugar eterno no céu, enquanto todos os demais serão enviados ao inferno. No entanto, o Deus que fala com Pearson tem uma mensagem bem diferente. Ele argumenta que inocentes, como as crianças ruandesas, não podem ser simplesmente abandonados. À medida que Pearson abre sua mente e coração para um Deus compassivo, ele se torna cada vez mais certo de que outros inocentes, incluindo “pecadores” que são gays, não cristãos e todos aqueles que não pediram salvação, ainda terão o amor de Deus e de Jesus.

O sermão de Pearson, que expressa essas visões transformadoras, desencadeia uma série de eventos calamitosos dentro da comunidade religiosa. Seu desafiar normas tão profundamente arraigadas e questionar sua fé provoca debates acalorados entre os líderes da igreja, culminando em um intenso confronto com a hierarquia pentecostal, incluindo Oral Roberts, seu mentor ao longo da vida, interpretado por Martin Sheen.

Além da batalha pessoal de Pearson para reconciliar suas crenças com a compaixão, o filme explora temas profundos como a inclusão, a moralidade e a luta pela verdade em face da adversidade. A jornada de Pearson se transforma em uma saga emocional, onde ele não apenas busca entender a vontade de Deus, mas também desafiar as esferas do poder e da doutrina estabelecida. Através de sua coragem, ele se torna um símbolo de mudança, inspirado pela voz de um Deus que ama sem julgamentos. A DOMINGO, portanto, não é apenas um relato sobre fé, mas um chamado à humanidade, à empatia e à aceitação.