Barfly: Condenados pelo Vício

Baseado na vida do poeta de sucesso Charles Bukowski e nas suas aventuras em Hollywood durante as décadas de 60, 70 e 80, este drama revelador mergulha na alma rebelde de Henry Chinaski, um anti-herói que nunca se deixou seduzir pelo sonho americano. Para ele, a ideia de ter que se tornar “algo” e se encaixar em um sistema que o repugna é uma verdadeira ofensa. Henry acredita que a vida deve ser vivida livremente, da maneira que cada um achar melhor. Se isso significa consumir uma quantidade generosa de uísque, que assim seja.

Seus dias são passados entre goles de bebida e o som da rádio, enquanto as noites se transformam em confrontos com Eddy, um personagem que ele vê como a personificação da superficialidade e da autopromoção vergonhosa. Em meio a essa rotina caótica, Henry encontra momentos para escrever algumas linhas de poesia ou um conto. Após uma emocionante vitória em uma de suas brigas contra Eddy, ele é expulso de seu bar habitual, onde Eddy trabalha como bartender. Isso o leva a descobrir um novo local de encontro, onde conhece Wanda, uma frequentadora de bar que, em suas próprias palavras, não hesitaria em deixar Henry se um homem com uma garrafa de uísque aparecesse.

Desconcertado, mas decidido, Henry se muda para a casa de Wanda. Porém, não demora até que Wanda se envolva com Eddy, gerando um tumulto que culmina em um confronto cheio de emoções. Apesar dos altos e baixos, entre brigas e visitas dos paramédicos, Henry e Wanda conseguem reconstruir sua relação. A reviravolta acontece quando uma agente literária, atraída pelo estilo provocador de Henry, decide publicar um de seus contos, escolhido apenas pelo nome da revista. Ele a acompanha até sua casa para receber o pagamento e, incentivado por mais um copo de uísque, acaba passando a noite com ela.

Quando Henry retorna ao bar, levando consigo a bagagem de uma nova conexão amorosa, a agente, agora apaixonada, se depara com a dura realidade da rejeição. Ela o segue até o bar habitual, onde uma disputa feroz entre ela e Wanda se desenrola, e Wanda emerge vitoriosa. Em meio a essa confusão emocional, Henry, celebrando seu recém-descoberto amor, alegria e um pouco de prosperidade, decide bancar uma rodada para todos no bar, brindando à amizade e ao que a vida ainda pode oferecer. A narrativa intensa entre a luta interna de Henry, suas relações turbulentas e a busca por significado sob um pesado manto de hedonismo proporciona uma visão visceral da vida boêmia na era de Bukowski e convida o espectador a refletir sobre o que realmente significa viver livremente.