Domicílio Conjugal

Antoine Doinel cuida de flores murchas no pátio em frente ao seu apartamento. Ele é casado com Christine, que está grávida. Contudo, Antoine se envolve em um caso com uma mulher japonesa, colocando sua relação em risco. Antoine e Christine Doinel ainda estão na fase de lua de mel de seu jovem casamento, onde a leveza e o carinho permeiam suas interações enquanto levam uma vida meio boêmia. Antoine trabalha para um florista da vizinhança, onde realiza sua principal atividade no pátio do prédio, tingindo flores brancas com cores vívidas, enquanto Christine atua como violinista de concerto e professora de violino.

A relação do casal se estende aos vizinhos excêntricos e outros frequentadores do bairro, criando um ambiente vibrante e cheio de vida. Apesar da harmonia aparente, as diferenças entre as origens de Antoine e Christine são sutis, mas palpáveis. Antoine, utilizando a escrita como uma forma de lidar emocionalmente com sua infância negligenciada em um lar desfeito, contrasta com Christine, cuja família é burguesa e bem-sucedida.

A descoberta da gravidez de Christine marca uma virada decisiva na vida de Antoine. Pressionado pela necessidade de prover, ele inicia uma busca por um emprego mais bem remunerado e estável. Através de um mal-entendido, Antoine consegue uma posição em uma empresa americana de hidráulica. É neste novo trabalho que ele conhece Kyoko, a filha de um cliente japonês, e logo se vê envolvido em um caso com ela.

Enquanto a aventura amorosa parece ser uma forma de Antoine lidar com as inevitáveis mudanças em sua vida, para Kyoko, o que existe entre eles toma um significado mais profundo, representando um verdadeiro amor. A luta interna de Antoine entre suas responsabilidades e desejos pessoais se intensifica, levando-o a questionar sua felicidade e o futuro de seu casamento com Christine. A intensidade das emoções, as inseguranças e os momentos de descoberta tornam-se o pano de fundo desta narrativa, revelando como as escolhas que fazemos moldam nossas vidas e os laços que mantemos. Ao mesmo tempo, o filme oferece um olhar sensível e introspectivo sobre como o amor, em suas diversas formas, pode tanto construir quanto destruir.