Elas

Em sua mais recente missão, uma jornalista da Elle se aprofunda em um anel de prostituição gerido por estudantes universitários. Anne (Juliette Binoche), uma mãe de dois filhos que leva uma vida confortável em Paris e é também uma jornalista investigativa para a ELLE, embarca em uma jornada arriscada ao explorar o tema da prostituição entre estudantes. Ao se conectar com duas jovens mulheres intensamente independentes, Alicja (Joanna Kulig) e Charlotte (Anais Demoustier), Anne é confrontada com realidades perturbadoras que desafiam suas convicções mais íntimas sobre dinheiro, família e sexualidade.

Alicja é uma estudante polonesa carismática, que adquiriu uma vida dupla em Paris e que esconde por trás de seu sorriso contagiante uma luta constante por autonomia e aceitação. Charlotte, por outro lado, vem de uma família disfuncional à margem da riqueza, com um espírito rebelde que a leva a fazer escolhas arriscadas em busca de liberdade. Enquanto Anne se torna cada vez mais envolvida na vida dessas jovens mulheres, ela testemunha as complexas dinâmicas de poder e a busca por identidade em um ambiente que, à primeira vista, parece liberador, mas que revela seu lado sombrio.

O filme explora temas profundos e provocativos, como a moralidade da prostituição, o capitalismo desenfreado e as desigualdades de classe que permeiam a sociedade moderna. À medida que Anne se aproxima de Alicja e Charlotte, sua própria vida começa a desmoronar sob o peso de novas revelações. Ela se vê obrigada a confrontar suas próprias escolhas como mãe, as questões de privilégio que não havia considerado antes e os limites éticos do jornalismo.

Entre conversas sinceras e momentos de tensão, a relação entre Anne e as jovens mulheres evolui, criando uma teia de empatia e confronto que provoca a reflexão. O impacto emocional da jornada de Anne a leva a questionar não apenas a moralidade de suas ações, mas também a natureza da liberdade e do desejo em um mundo que frequentemente transforma o corpo humano em mercadoria.

Este filme é um convite para refletir sobre os costumes contemporâneos e os desafios enfrentados por aqueles que são marginalizados, enquanto nos leva a uma viagem visceral pela Paris moderna, onde o glamour e a dor coexistem em um delicado equilíbrio. É uma obra que promete não apenas entreter, mas também provocar discussões essenciais sobre o que significa ser uma mulher no século XXI, em meio a um cenário de pressões sociais e expectativas que não param de crescer.