Em Busca da Terra do Nunca

A história da amizade de Sir J.M. Barrie com a família que o inspirou a criar Peter Pan.

Em Londres, no ano de 1903, o renomado dramaturgo J.M. Barrie enfrenta um período sombrio. Seu mais recente trabalho no teatro não recebeu as críticas que ele esperava, uma realidade que ele já previa antes mesmo da estreia. A pressão aumenta, pois seu empresário, Charles Frohman, aguarda ansiosamente um novo sucesso para substituir a peça fracassada e manter o teatro em funcionamento. Em busca de inspiração, Barrie decide sair para um passeio com seu cachorro, e é nesse momento que seu destino muda. Ele conhece a família Llewelyn Davies, que acaba de passar por uma tragédia: a recente viuvez de Sylvia Llewelyn Davies, filha do famoso autor George L. Du Maurier, e seus quatro filhos adolescentes.

A relação entre Barrie e a família se desenvolve rapidamente, baseada na capacidade de alimentar a imaginação infantil, algo que ele, com sua essência lúdica, faz de forma primorosa. Os meninos, fascinados por suas histórias e jogos, encontram em Barrie não apenas um amigo, mas uma figura quase paternal. Sylvia, por sua vez, abre as portas de sua casa e de seu coração para ele, reconhecendo a importância de sua presença em suas vidas devastadas pela perda. Entretanto, há um empecilho: Peter Llewelyn Davies, o filho do meio, um garoto que luta para processar a morte repentina do pai. Ele se fecha em um silêncio avassalador, resistindo à alegria que Barrie tenta trazer à família.

Além disso, a amizade de Barrie com Sylvia provoca tensões em sua vida pessoal. Sua esposa, Mary Barrie, carrega a responsabilidade do relacionamento e vê a amizade de seu marido com uma mulher solteira como uma ameaça. Emma du Maurier, a mãe de Sylvia, também está insatisfeita, vendo Barrie como um obstáculo para que sua filha siga em frente e mantenha disciplina entre os meninos.

Barrie, determinado a ajudar Peter a sair de sua concha emocional, utiliza essa nova amizade como inspiração para uma peça que irá se entrelaçar com sua própria experiência e a realidade da vida do garoto. A criação da peça “Peter Pan” começa a tomar forma, mas os desafios emocionais da família podem prejudicar essa nova jornada criativa. À medida que os laços se fortalecem, também se tornará evidente a fragilidade da felicidade, especialmente quando Sylvia enfrenta a possibilidade de um destino trágico semelhante ao de seu falecido marido. A luta de Barrie para trazer esperança tanto para Peter quanto para Sylvia se torna um reflexo da busca eterna pela inocência e a magia da infância, num mar de dor e perda.