Entre Elas…

Duas irmãs, separadas na infância, se reencontram anos depois trabalhando como empregadas em uma casa na França. O reencontro, inicialmente repleto de alegria, rapidamente se transforma em um relacionamento incestuoso, tingido por obsessão e segredos enterrados.

Essa produção inteiramente feminina se passa na França provincial do início da década de 1930, onde duas jovens irmãs do campo entram para o serviço doméstico na casa de uma viúva empobrecida e sua filha desajeitada. Diante das normas sociais opressivas da época, essas duas duplas de mulheres estão completamente isoladas uma da outra: as irmãs presas em suas memórias e em sentimentos não resolvidos; a viúva e sua filha presas em suas próprias insatisfações e expectativas sociais. O ambiente da casa, com sua divisão entre o andar de cima e o andar debaixo, torna-se um microcosmo dos conflitos emocionais e sociais que permeiam suas vidas.

Com o tempo, o laço fraternal, que deveria ser um refúgio de amor e compreensão, se transforma em uma relação turbulenta, marcada por uma mistura de dependência emocional e desejo proibido. A solidão exacerbada pelo trabalho duro e a rigidez das convenções sociais fazem com que as irmãs se tornem cada vez mais dependentes uma da outra, levando-as a uma espiral de sentimentos intensos e, por vezes, violentos. O espaço confinado do sótão onde vivem se torna um símbolo de suas restrições, ao mesmo tempo que serve como um espaço para a evolução de suas emoções.

A tensão entre as irmãs explode quando elas entram em conflito com Madame Danzard, uma matriarca imponente interpretada por Dame Julie Walters, e sua filha Isabelle, interpretada por Sophie Thursfield, que encarnam a opressão e as expectativas da classe burguesa. Este confronto entre as realidades opostas das irmãs e das mulheres que habitam o andar de cima é inevitável e trágico, refletindo as lutas de classe e as normas sociais da época. Enquanto o cenário histórico molda suas vidas, a história traz à tona temas universais de amor, perda, e a busca por liberdade.

A narrativa é uma exploração profunda das complexidades das relações humanas e as consequências de uma sociedade que ditou as regras do que é aceitável. Em um jogo psicológico de poder e paixão, as irmãs descobrirão que a linha entre amor e obsessão é tênue e muitas vezes devastadora.