Lady 2 – O despertar de uma mente transtornada

Baseado na história da escritora Susanna Kaysen sobre sua estadia de 18 meses em um hospital psiquiátrico nos anos 60, este filme apresenta um retrato profundo e sensível da luta de uma jovem mulher contra a sua saúde mental. Em 1967, Susanna, após misturar comprimidos para dor de cabeça com vodca, é internada na instituição mental Claymoore. Lá, ela recebe o diagnóstico de transtorno de personalidade Borderline por parte do Dr. Melvin Potts, iniciando assim uma jornada dolorosa de autodescoberta e enfrentamento de suas dores internas.

Assim que chega ao Claymoore, Susanna é acolhida pela enfermeira Valerie Owens, que a apresenta ao ambiente e às outras pacientes do hospital. Cada uma delas traz à tona um aspecto único e perturbador da realidade em que vivem. Ela conhece Georgina Tuskin, uma mentirosa patológica obcecada pelo filme O Mágico de Oz, e Polly Clark, uma esquizofrênica com um espírito infantil. Janet Webber se destaca como uma paciente anoréxica que usa o sarcasmo como defesa, enquanto Daisy Randone é uma jovem isolada que se recusa a deixar ninguém entrar em seu mundo e que possui uma relação complicada com a comida, alimentando-se apenas do frango que seu pai prepara. Por último, Lisa Rowe, uma sociopata manipuladora, que exerce controle sobre as outras pacientes e cria dificuldades para as enfermeiras do hospital, se torna um personagem central na vida de Susanna.

Ao longo do filme, acompanhamos a relação de poder entre Lisa e Susanna, onde Lisa frequentemente tenta dominar Susanna, mas também acaba revelando suas próprias fraquezas e vulnerabilidades. A dinâmica entre essas personagens traz à tona os temas da amizade, traição e a constante busca por controle em meio ao caos mental. O fechamento da história apresenta Susanna finalmente sendo liberada de Claymoore após longos 18 meses, levando o público a se questionar sobre o que realmente significa recuperar o controle de sua vida.

Este filme aborda questões complexas e sensíveis como saúde mental, abuso, automutilação e suicídio, despertando empatia e reflexão. A jornada de Susanna não é apenas sobre sua luta pessoal, mas também serve como um espelho para as dificuldades que muitos enfrentam ao buscar a aceitação e a cura em meio a um mundo que muitas vezes não entende suas lutas.