Grace de Mónaco

A história do casamento e da crise da ex-estrela de Hollywood Grace Kelly se desenvolve em um turbulento contexto político nos anos 60. Desde que se casou com o Príncipe Rainier III do Mónaco, Grace, que por muitos anos foi uma aclamada atriz vencedora do Oscar, se vê em meio a um complicado emaranhado de deveres reais e as expectativas da sociedade monegasca. Transitar de uma vida repleta de glamour em Hollywood, como filha de um milionário proprietário de uma fábrica de tijolos na Filadélfia, para a vida de uma princesa em um pequeno, mas exclusivo principado, não tem sido uma tarefa fácil. A nova realidade de Grace é marcada por uma cultura que a recebe com desconfiança, devido à sua personalidade americana franca e direta.

Nos cinco anos de seu casamento, Grace e Rainier, que têm dois filhos pequenos, enfrentam um distanciamento emocional crescente. Enquanto Rainier se dedicava intensamente ao papel de monarca em um período crítico, marcado pelas tensões entre Mónaco e a França sob a liderança de Charles de Gaulle — que desejava a annexação do principado —, Grace sentia-se cada vez mais isolada. Mesmo quando se envolvia em trabalho de caridade como chefe de um comitê de mulheres da Cruz Vermelha, os murmúrios de descontentamento por parte das outras participantes de seu comitê contribuíam para seu sentimento de inadequação.

Neste cenário, Grace conta com um pequeno grupo de conselheiros de confiança que a ajudam a navegar por sua nova vida. Entre eles está o padre católico americano, o Frei Francis Tucker, e Rupert Allan, um antigo publicitário de Hollywood que ela decide reintegrar em seu círculo íntimo. A falta de orientações oficiais sobre o que significa realmente ser a Princesa de Mónaco a deixa ainda mais vulnerável em suas decisões.

A pressão constante para permanecer em silêncio e cumprir suas obrigações reais contrasta com os apelos da indústria cinematográfica, que a cortes por seu retorno à atuação. Com um papel de destaque oferecido pelo lendário Alfred Hitchcock, as tentações de voltar a brilhar nas telas são mais intensas do que nunca. No entanto, a possibilidade de tal retorno é vista pela sociedade monegasca e, possivelmente, por Rainier, como uma traição às suas responsabilidades reais. Diante desses dilemas, Grace deve pesar sua felicidade pessoal, o bem-estar de seus filhos, sua relação com Rainier e seu papel na monarquia, enquanto uma decisão crítica se aproxima em um mundo onde as fronteiras entre dever e desejo parecem cada vez mais difusas.