Mercury 13

MERCURY 13 revela os preconceitos da década de 1960 contra mulheres piloto brancas que sonhavam em se tornar astronautas, mas foram rejeitadas pela NASA apenas por serem mulheres. Este documentário pode ser visto como uma versão de Hidden Figures, mas aqui se destaca a diferença entre a NASA e o viés paternalista e amigável do governo em relação às mulheres pilotos — ah, aquelas bobas (brancas) que desejavam voar para o espaço! — e o viés cruel e desdenhoso demonstrado pela NASA contra pessoas que eram genuinamente brilhantes, sendo suas únicas falhas terríveis o fato de serem negras e mulheres. Em 1958, a NASA lançou seu programa Mercury, avaliando pilotos militares masculinos quanto à resistência física e psicológica. O resultado foi um grupo de sete pilotos fotogênicos, com sorrisos amplos e uma masculinidade confortante e totalmente americana, que buscavam ajudar os Estados Unidos a recuperar o tempo perdido em relação ao programa espacial russo. Graças ao financiamento oferecido por uma renomada piloto da época, Jacqueline Cochran, o médico associado ao regime de testes da NASA também submeteu 13 mulheres pilotos ao mesmo programa que os homens haviam enfrentado. Essas mulheres não apenas se destacaram, mas superaram os homens, sugerindo que elas poderiam realmente estar mais preparadas para os rigores das viagens espaciais. No entanto, a NASA e os jovens militares de cabelo curto escolhidos como os primeiros homens americanos no espaço argumentaram de forma condescendente que não havia lugar para mulheres no programa espacial. Somente em 1995, quando Eileen Collins pilotou o ônibus espacial em direção aos céus, é que as mulheres que há décadas desejavam alcançar a estratosfera finalmente se sentiram justas em suas aspirações. Collins reconheceu essas mulheres como pioneiras que tornaram sua carreira possível e as convidou para seu lançamento, um momento emocionante para todas elas. Entrevistas com as mulheres do Mercury, agora na casa dos 80 anos, revelam figuras destemidas, iconoclastas, inteligentes e articuladas, cuja paixão pela aviação lhes deu a coragem de perseguir seus sonhos diante da pressão social para se comportarem de maneira mais “feminina”. Vale ressaltar que uma das 13, Janey Hart, mulher do senador Philip Hart e uma piloto por si só, motivada pelo preconceito que as mulheres enfrentaram na NASA, tornou-se membro fundadora da organização feminista NOW (Organização Nacional das Mulheres). Seus filhos a lembram com admiração durante entrevistas informativas, destacando seu papel em mudar a percepção sobre as mulheres no campo da aviação e além.