Minha Mãe

Margherita é uma diretora que se encontra no meio de uma crise existencial e precisa lidar com a inevitável, mas ainda inaceitável, perda de sua mãe. Esses são dias difíceis para Margherita, que atravessa um período muito complicado em sua vida. Em sua carreira, a cineasta de meia-idade começou a questionar se os filmes engajados que tem feito realmente refletem o mundo em que vive. Além disso, ela enfrenta conflitos não apenas com sua equipe, mas, principalmente, com Barry Huggins, um famoso ator americano de origem italiana, cuja atuação se revela extremamente problemática e impossível de controlar.

No nível pessoal, as coisas não melhoram – na verdade, pode-se dizer que pioram. Margherita acaba de deixar sua parceira de vida e se vê incapaz de se relacionar com sua filha adolescente, que também está enfrentando suas próprias turbulências. Para complicar ainda mais, sua mãe está gravemente doente. O médico tenta preparar Margherita e seu irmão para o pior, mas a ideia de perder a matriarca é inaceitável para a mulher vulnerável que se tornou, que busca refúgio na negação da realidade.

Através da dor e da confusão, Margherita começa a explorar as profundezas de sua identidade, questionando não apenas seu papel como diretora, mas também como mãe e filha. Assim, o filme não trata apenas de uma luta contra os desafios profissionais, mas também de um conflito interno profundo, em que os laços familiares se tornam um reflexo de suas próprias inseguranças. Cada cena é carregada de emoção e vulnerabilidade, mostrando a fragilidade da vida e a maneira como perdemos pessoas queridas, mas também coisas que acredita ser valorosas.

A busca de Margherita por aceitação e entendimento não é apenas a sua própria luta, mas uma jornada universal que toca qualquer um que já tenha enfrentado a perda ou se sentido perdido em meio ao caos da vida. A narrativa se desenrola em um ritmo contemplativo, com momentos de beleza estranha e crua, onde a realidade e a negação se entrelaçam. À medida que Margherita é confrontada por suas verdades mais sombrias e pelas falhas em seus relacionamentos, a pergunta-chave permanece: conseguirá ela enfrentar os fatos e reconciliar-se consigo mesma?