O Tempo que Resta

Um fotógrafo de moda, Romain, de 31 anos, recebe a devastadora notícia de que possui um câncer terminal que pode levá-lo à morte em questão de meses. Confrontado com essa cruel realidade, ele se vê diante de decisões difíceis: deveria optar pelo tratamento? Continuar a trabalhar? Como informar seu amante e sua família sobre o que está prestes a acontecer? Enquanto lida com essas perguntas, Romain é assaltado por memórias de sua infância, momentos de despreocupação e liberdade que contrastam fortemente com sua situação atual. Ele se observa no espelho, reconhecendo o homem que se tornou, mas também o peso que a morte iminente traz.

Desgostoso com a compaixão e a pena alheias, Romain decide que a melhor forma de partir é afastar todos ao seu redor. Por que prolongar um sofrimento que ele considera inevitável e, assim, se vê como um ato de crueldade empurrando as pessoas que ama para longe de si? Sua jornada emocional o leva a visitar sua avó, um ato repleto de significado, onde pretende compartilhar a notícia que o consome. No caminho, ele para em um café e troca algumas palavras com uma garçonete, Jany, que o faz parar para pensar na vida de uma maneira diferente.

Romain se entrega a nostalgias ao folhear fotos antigas e revisitar a árvore da casa na árvore que tanto amava na infância. Ele captura esses momentos com sua câmera, buscando talvez encontrar beleza na dor e no desespero que o cerca. Depois de uma visita a sua avó, ele para para comer e, para sua surpresa, encontra Jany novamente. Ela, de uma maneira inesperada, faz um pedido que promete trazer um novo sentido a sua vida. Ao retornar para seu apartamento vazio, onde seu amante o abandonou, Romain percebe que a proposta de Jany pode ser a chave para ele superar a autocompaixão que o aprisiona.

Esse encontro se torna um ponto de virada na vida de Romain, uma possibilidade de ressignificação do tempo que lhe resta. Através da lente da fotografia, ele começa a redescobrir não apenas a arte, mas também os laços humanos e a importância da conexão. Neste retrato sensível da luta contra a morte, Romain nos convida a refletir sobre as escolhas que fazemos e como cada relacionamento pode nos oferecer uma nova maneira de viver, mesmo diante do fim.