Poderia Me Perdoar?

A vida de Lee Israel é marcada por erros e escolhas que moldam seu destino como escritora. Nos anos 1990, Lee, uma biógrafa com um certo sucesso literário, encontra-se em uma situação difícil, consequência de suas próprias decisões. Seus temas de interesse não atraem o público leitor contemporâneo, e sua única companhia são seu gato idoso, Jersey, e um copo de scotch, refletindo sua aversão às pessoas, que reciprocamente não têm simpatia por ela. Lee, então, prejudica seu relacionamento com sua agente Marjorie, queimando pontes e se afastando de oportunidades que poderiam lhe garantir uma recuperação profissional.

Com meses de aluguel atrasado e gastando suas economias em álcool e nos cuidados médicos de Jersey, Lee se vê diante de um beco sem saída. Ao pesquisar para um novo livro sobre Fanny Brice, sem o adiantamento financeiro que esperava de Marjorie, ela vende uma lembrança querida — uma carta manuscrita de Katharine Hepburn — por necessidade financeira. Essa situação a leva a descobrir um nicho de mercado para itens de celebridades, e essa descoberta acende uma ideia audaciosa em sua mente. Decidida a usar seu talento como escritora, Lee entra no perigoso jogo de criar e vender documentos falsificados, supostamente de celebridades falecidas, como Dorothy Parker e Noël Coward.

Neste caminho tortuoso, Lee reencontra Jack Hock, um velho conhecido que também se encontra em dificuldades financeiras. Jack rapidamente se torna não apenas seu companheiro de bebedeira, mas também seu cúmplice nessa empreitada criminosa. À medida que ambos começam a sair de seus buracos financeiros, Lee experimenta uma nova dinâmica ao conhecer Anna, uma proprietária de livraria que se interessou por ela além da sua reputação. Essa amizade a faz questionar suas escolhas e a possibilidade de uma vida mais autêntica.

Conforme o golpe parece se aproximar de sua verdade, Lee se convence de que, embora suas ações estejam no limite da moralidade, elas também servem para exercitar suas habilidades como escritora. Essa luta interna entre suas ambições e a realidade de sua situação a impulsiona a continuar na busca pela validação que tanto deseja. Em meio a mentiras e solidão, Lee Israel se transforma em uma figura fascinante, enquanto explora os limites do que significa ser uma artista em uma sociedade que valoriza a autenticidade e a conexão.