Satyricon de Fellini

Uma série de contos míticos, independentes entre si, ambientados na Roma do século I.

Na Roma antiga, onde os deuses e a vida cotidiana se entrelaçam, dois amigos estudantes, Encolpio e Ascilto, se envolvem em uma disputa sobre a posse do belo jovem Gitone. Esta rivalidade os leva a uma divisão de suas posses e a um rompimento da amizade. Gitone, sendo livre para escolher com quem deseja ficar, opta por seguir Ascilto, aprofundando ainda mais o ressentimento de Encolpio.

Quando Encolpio se vê à beira da desesperança e considera acabar com sua vida, um evento inesperado — um terremoto devastador — o impede de seguir adiante com seu plano. Este acontecimento é um ponto de virada que o lança em uma série de aventuras épicas e surreais, revelando o quão volátil e imprevisível a vida pode ser. Durante sua jornada, Encolpio busca entender sua identidade, seus desejos e suas inseguranças, enquanto navega por uma sociedade repleta de excessos, corrupção e divindades em conflito.

Eventualmente, Encolpio e Ascilto se reúnem, e juntos se veem envolvidos em um plano audacioso: o sequestro de um demi-deus hermafrodita que reside em um templo. Este sequestro desencadeia um caos, levando à morte do deus, o que traz consequências drásticas para Encolpio. Como punição por seus atos, ele é condenado à impotência, uma maldição que o força a embarcar em uma nova busca – encontrar uma cura para sua condição.

O filme é uma adaptação livre da obra “Satyricon”, escrita por Gaius Petronius Arbiter, que era conhecido como o “Árbitro da Elegância” na corte do imperador Nero. Infelizmente, o livro sobreviveu apenas em fragmentos, e a produção cinematográfica reflete essa fragmentação narrativa, muitas vezes interrompendo diálogos e cenas abruptamente, criando um estilo que capta a loucura e a beleza efêmera da vida.

Com sua narrativa repleta de humor, ironia e profundas reflexões sobre a natureza humana, o filme não só explora os limites do desejo e da moralidade, mas também a resiliência do espírito diante da adversidade. A busca de Encolpio por conexão, identidade e significado em um mundo que muitas vezes parece caótico ressoa poderosamente, fazendo desta obra uma experiência cinematográfica única e inesquecível.