Shirkers

Uma mulher investiga os eventos que cercam um filme que ela e seus amigos começaram a fazer com um estranho misterioso há décadas.

Em 1992, a adolescente Sandi Tan e suas amigas, Sophie e Jasmine, filmaram o primeiro indie de estrada de Cingapura chamado “Shirkers”, sob a orientação de seu enigmático mentor americano, Georges Cardona. Sandi foi a responsável pelo roteiro e interpretou o papel principal, uma assassina chamada S. O que deveria ser um marco na cinegrafia local rapidamente se transformou em um mistério quando Georges desapareceu levando toda a filmagem consigo. Este desfecho inesperado deixou Sandi e suas amigas sem respostas e com um projeto inacabado que se tornaria um pesadelo criativo.

Vinte anos depois, as latas de 16mm são encontradas em Nova Orleans, reabrindo feridas do passado e revelando uma nova possibilidade. Agora como uma romancista estabelecida em Los Angeles, Sandi embarca em uma jornada pessoal que a leva por dois continentes, enquanto tenta reconstruir não só o filme, mas também o significado e a verdade detrás daquela experiência quase mítica. Nessa odisseia, ela utiliza diferentes formatos midiáticos: 16mm, digital, Hi8, Super8, slides, animações e cartas manuscritas, criando uma colagem visual que reflete a complexidade de suas memórias e emoções.

O documentário é uma história caleidoscópica, evocando um sentimento punk rock que mescla nostalgia e rebeldia. A busca de Sandi se torna uma reflexão sobre a arte, a amizade e o poder das lembranças. Os desafios de reviver um projeto que quase foi esquecido revelam as tensões entre o passado e o presente, enquanto ela não apenas procura pelo filme perdido, mas também pela versão de si mesma que ficou para trás.

Os temas de perda, identidade e a luta pela expressão criativa permeiam a narrativa, enquanto Sandi se depara com as sombras de suas escolhas e as relações que formaram sua juventude. “Shirkers” não é apenas um filme sobre o ato de fazer cinema; é uma meditação profunda sobre as histórias que contamos a nós mesmos e como elas nos moldam ao longo da vida. Através dessa jornada em busca de reconexão com seu passado, Sandi convida o público a refletir sobre suas próprias memórias e os caminhos que escolhemos.