Pele

Criado em um lar devastado pelo trauma da guerra, o frustrado adolescente filho de um sobrevivente holocausto holandês embarca em um caminho de tragédia ao encontrar pertencimento em uma gangue de skinheads neonazistas.

Frankie é um jovem do final da década de 1970, vivendo na Holanda, em meio a um contexto social conturbado. Seu pai, um judeu que sobreviveu ao Holocausto, é um homem rígido e autoritário, que gerencia uma lavanderia, onde a disciplina e a ordem são imposições diárias. Sua mãe, uma mulher de bom coração, sempre se esforça para que a harmonia predomine no lar, mas suas tentativas de unir pai e filho parecem insuficientes.

Com a pressão das expectativas paternas e a necessidade de se sentir aceito, Frankie busca refúgio com seu amigo Jeffrey, mergulhando na cena punk e rock subterrânea da cidade. Esses clubes se tornam um escape da realidade opressora que enfrenta em casa. No entanto, a vida de Frankie toma um rumo sombrio quando sua mãe é hospitalizada. Esse evento o atinge em cheio, despedaçando seu já frágil equilíbrio emocional. Enquanto sua mãe luta por sua saúde, seu pai parece indiferente ao sofrimento familiar, intensificando o sentimento de solidão e revolta que gruda na alma de Frankie.

Sendo um adolescente vulnerável, ele acaba se envolvendo com uma gangue de neonazistas, que frequentemente brigam contra punks e minorias no bairro. Para Frankie, essa nova “família” oferece a ele um senso de pertencimento e aprovação, algo que ele anseia desesperadamente. O grupo é atraente e sedutor, prometendo camaradagem e uma identidade clara, ainda que fundamentada em ideais de ódio e intolerância. À medida que Frankie se torna parte da gangue, a linha entre amigo e inimigo torna-se nebulosa; ele se transforma naquilo que sempre desprezou.

Conforme a trama se desenrola, o público é levado a uma reflexão profunda sobre questões de identidade, pertencimento e os perigos de se deixar levar por ideologias extremistas. A jornada de Frankie, marcada por dúvidas, lutas internas e a busca por amor e aceitação, revela a fragilidade da juventude diante de traumas passados e da pressão social. O contraste entre sua vida punk vibrante e a escuridão que a gangue representa se torna um foco central, onde ele deve confrontar não apenas o mundo ao seu redor, mas também os demônios que habitam seu próprio coração.