Um Filme Doce

Após vencer o concurso de “mais virgem”, Miss Canadá se vê envolvida em um casamento com um rico magnata do leite. No entanto, a felicidade dura pouco, e ela rapidamente foge dessa vida confortável em busca de um mundo repleto de doçura e anarquia.

As histórias de duas mulheres distintas se entrelaçam de maneira surpreendente. Na primeira parte, acompanhamos a imponente Miss Canadá, a vencedora do prestigiado concurso Miss Mundo 1984, que, apesar de sua beleza estonteante, se encontra aprisionada em uma espiral de degradação e humilhação. Sua vida parece destinada a seguir as regras da sociedade até que, em um momento de libertação, ela descobre a força transformadora do chocolate líquido. Este doce elemento não é apenas uma indulgência; torna-se o símbolo de sua emancipação e autodescoberta, levando-a a um caminho de autêntica liberdade e prazer.

Na segunda narrativa, somos apresentados a Anna Planeta, uma mulher enigmática e assassina, que navega por canais de Amsterdã em uma embarcação repleta de doces e com a grande cabeça de papel machê de Karl Marx na proa. A presença de Marx não é mero acaso, mas uma provocação que instiga reflexões sobre os vínculos entre desejo, morte e revolução. Anna busca não apenas as delícias do corpo, mas também uma profunda conexão com os ideais de liberdade e rebeldia que introduzem uma nova camada à sua busca.

À medida que estas histórias se desenrolam, temas como a busca por identidade, emancipação feminina e o desejo de ruptura das normas sociais efervescem. Adoçando a crítica social com uma pletora de imagens sensoriais, a narrativa provoca tanto risos quanto reflexões profundas sobre os caminhos que as mulheres escolhem e os sacrifícios que fazem para encontrar o que realmente desejam.

Com uma atmosfera vibrante, repleta de simbolismo e personagens fascinantes, o filme se desenrola com um ritmo envolvente, levando o público a uma jornada emocionante onde o excessivo se encontra com o sublime, e onde cada escolha torna-se uma declaração de liberdade. Miss Canadá e Anna Planeta não são apenas personagens; elas representam o desejo inato de cada mulher de se libertar das amarras da sociedade, abraçando tanto a doçura quanto o caos que a vida tem a oferecer.