Valerie e a Semana das Maravilhas

Inspirado em contos de fadas clássicos como Alice no País das Maravilhas e Chapeuzinho Vermelho, este filme apresenta uma narrativa surreal onde amor, medo, sexo e religião se entrelaçam em um mundo fantástico repleto de simbolismos e contrastes.

A história começa quando Valerie, uma jovem de apenas 13 anos, é despertada por um ladrão que rouba os brincos que pertenciam à sua falecida mãe. Após essa reviravolta noturna, ao amanhecer, os brincos misteriosamente retornam e a vida de Valerie se transforma de maneiras inesperadas: ela acaba de ter seu primeiro ciclo menstrual, um sinal de que a infância está dando lugar à adolescência. Esse marco em sua vida coincide com a chegada de uma companhia teatral e de um missionário à sua pacata cidade do século XIX, onde o cotidiano é interrompido por eventos extraordinários.

O ladrão, chamado Orick, está sob as ordens de um constável encapuzado que pode também ser o próprio missionário que vem pregar à comunidade. A narrativa destaca a constante vigilância em torno da sexualidade, que permeia todos os cantos da cidade. A avó de Valerie, com sua natureza puritana, contrasta com as tentativas do missionário de incutir temor nas jovens virgens da cidade, enquanto o sacerdote local tenta seduzir Valerie, explorando seus desejos emergentes.

Conforme Valerie navega pelas complexidades de sua nova identidade sexual, ela se vê cercada por perigos invisíveis. Sua inocência a torna vulnerável a forças malignas, como vampiros e um assassino que espreita nas sombras, testemunhando o desabrochar de sua sexualidade. O filme retrata a busca de Valerie por autodescoberta em meio ao caos e à confusão, uma jornada que a levará a confrontar não apenas os monstros externos, mas também os demônios internos que desafiam sua percepção de amor e liberdade.

Enquanto Valerie explora as armadilhas e as ilusões da adolescência, a trama se aprofunda nas dinâmicas familiares e nos ecos de um passado obscuro que a obrigará a desvendar sua própria árvore genealógica e os segredos que ela esconde. Com cada nota de sensualidade e cada ensaio de teatro, Valerie questiona os limites do que significa ser mulher em uma sociedade repleta de normas opressivas e expectativas. Através de suas experiências, o filme evoca reflexões sobre a inocência perdida, os primeiros amores e as consequências de nossas escolhas no caminho para o amadurecimento.