Zodíaco

No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, um cartunista de São Francisco se transforma em um detetive obcecado, dedicando sua vida a rastrear o enigmático Assassino do Zodíaco. Esse serial killer não identificado espalha o medo ao longo da costa da Califórnia, aterrorizando a população com suas ações brutais e cartas provocativas enviadas à polícia e à imprensa. Em meio ao clima de incerteza e tensão, acompanhamos as vidas dos investigadores e jornalistas que se unem para decifrar esse mistério que, à medida que se desenrola, consome suas carreiras e vida pessoal.

Inspirado na obra de Robert Graysmith, o filme mergulha nas obsessões e nas complexidades morais de aqueles que buscam justiça. Personagens como o cartunista, que se transforma em um detetive amador impulsionado por sua curiosidade e determinação, representam a busca da verdade acima de tudo. No entanto, essa jornada não é isenta de custos. À medida que a trama avança, vemos como a pressão e a frustração de enfrentar um criminoso tão astuto levam os detetives a questionar sua própria saúde mental e seus relacionamentos.

O filme revela também o impacto que o caso teve na mídia e no público, mostrando como a cobertura incessante e a sensacionalização da tragédia por parte dos jornais moldaram a percepção da sociedade sobre o crime e seus protagonistas. As relações entre os personagens se tornam tensas, com lealdades testadas e rivalidades surgindo à medida que todos se tornam cada vez mais envolvidos na trama. O sombreamento da ética jornalística contra a necessidade de relatar os fatos em busca de uma verdade mais profunda é um tema recorrente que permeia toda a narrativa.

Com uma cinematografia que captura a era dos anos 70, o filme traz à tona a estética da época e a angústia social que permeava os Estados Unidos. As cenas, ricas em detalhes, transportam o espectador para o ambiente tenso e claustrofóbico das investigações, enquanto os personagens se tornam peças centrais em um quebra-cabeça maior e mais sombrio. No final, a busca pela verdade e pela justiça mostra-se um caminho repleto de desencontros, revelando como o Assassino do Zodíaco não é apenas uma figura aterrorizante, mas um símbolo das falhas de um sistema que tenta, desesperadamente, manter a calma em meio ao caos.